Comecei a ler a Bolaño em uma tarde de março do ano 2001 em Bogotá, quando minha amiga D. me colocou nas mãos um livro grosso de cor cinza. A imagem da capa era de três homens jovens, usando chapéus e uma roupa elegante, que
caminham por uma praia de cor vermelha, enquanto no fundo se vê o mar de um azul intenso e uma montanha. Ao colocar o livro em minhas mãos, D. me disse: “Lê isto. É a melhor coisa que leio há muito tempo”. Confiava no critério de minha amiga, que tinha me recomendado outras leituras reveladoras em um momento que parecia não encontrar nada que me inspirasse. Sua recomendação não me defraudou e nos dias seguintes, ou melhor, nas noites e madrugadas seguintes (pois era o único tempo disponível para ler que nesse momento me deixava um trabalho burocrático tedioso e extenuante em um escuro ministério colombiano) li como em êxtase Os detetives selvagens. Seguir leyendo