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El imparable César Aira*

24 Ene

AiraSu pueblo de nacimiento es tan irreal que parece una más de sus creaciones, pero en realidad existe en el centro del mapa imaginario de la actual literatura argentina.

Nace en 1949, año de la primera audición, en el Carnegie Hall, de “Sonatas e interludios” de John Cage, lo que no deja de ser una coincidencia bastante significativa.

A partir de 1967 se instala en el barrio de Flores, en el centro de Buenos Aires, y se gana la vida dando cursos de literatura y traduciendo libros de idiomas que no conoce, lo que produce importantes ganancias para su economía doméstica y algunas de las obras más memorables de los últimos tiempos.

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Historia del Pelo de Alan Pauls*

21 Ene

No me gusta ir a la peluquería. No sé por qué, pero no me gusta ir desde que era un niño. Creo que la peluquería me intimida. Mujeres con senos grandes (siempre imagino las peluqueras con senos grandes) y hombres de manos huesudas y aliento a whisky o a aguardiente tan cerca de mi cuerpo me causan un tipo de extraña angustia. Por esta razón hace varios años mi mujer me corta el pelo con consecuencias diversas, dependiendo de su concentración, humor y del estado de nuestra relación sentimental en cada oportunidad. A mí no me importa demasiado y, además de ahorrar algún dinero para comprar libros y cerveza, evito la angustia de tener que ir a la peluquería una vez al mes.

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A vida através das palavras*

10 May

Já que vou falar de um livro sobre escritas íntimas e a questão autobiográfica, por que não começar com uma confissão? Mas não fiquem muito entusiasmados, não se trata de uma confissão sobre minhas secretas inclinações sexuais ou de uma exibição pública da parte mais vergonhosa de minha personalidade. Para isso, está meu diário, que continuará escondido na prateleira, atrás dos livros que já ninguém lê e que publicarei (talvez) em algum momento futuro para o deleite dos leitores e leitoras mais mórbidos (como eu mesmo).

Não, neste caso, trata-se de uma confissão mais simples e até banal, pelo qual peço desculpas antecipadamente. A confissão é esta: há alguns anos, desde que comecei meus estudos de pós-graduação em literatura hispano-americana em Bogotá e, depois, em literatura brasileira no Rio, venho sentindo que, em vez de me aproximar da experiência literária de anos anteriores (experiência tão profunda que me levou a abandonar outras possibilidades de vida, sem dúvida muito mais rentáveis e seguras, sobretudo desde a perspectiva de meus pais), essa experiência parece esbarrar agora em uma série de obstáculos e superstições, que condicionam ou pelo menos dificultam em parte esse encontro com “algo intimamente desconhecido” que era para mim a leitura. Seguir leyendo